E se essa emoção pudesse falar? O que é ela que diria?

Andreia Milhazes • 3 de maio de 2024

E se essa emoção pudesse falar? O que é ela que diria?

As nossas emoções têm um papel crucial em ajudar-nos a processar o que nos acontece, a dar mais significado à nossa vida e a perceber o que é realmente importante para nós. Ajudam-nos a conectar connosco e com os outros e a entender aquilo que precisamos destas relações. 


Embora tudo isto seja positivo, as emoções nem sempre são fáceis de sentir e de gerir. A verdade é que, muitas vezes, podem tornar-se intensas e provocar muito sofrimento. Quando é assim, tentamos lidar com elas da melhor maneira que conseguimos. E quando não sabemos bem como, por vezes, a melhor estratégia que encontramos é tentar não as sentir, não as expressar, não perceber porque estão ali e o que têm a comunicar. Esta estratégia tem as suas vantagens, afinal, lidar com aquilo que sentimos pode doer muito no momento. No entanto, não o fazer tende a doer mais a longo prazo.... Tende a expressar-se em sintomas (físicos e psicológicos) que não queríamos ter, tende a trazer vazios que não queríamos sentir, a manter-nos em situações que não nos trazem felicidade…. 


As emoções, por mais dolorosas que algumas delas possam ser, têm coisas importantes a comunicar sobre o que está a ser difícil, sobre o que precisamos de mudar, de aprender, de processar. Ignorá-las ou tentar bloqueá-las dificulta a capacidade de viver em harmonia connosco e com os outros, de estar realmente bem. Sermos capazes de estar conscientes das emoções, conseguir experienciá-las e expressá-las é o que nos faz sentir completos, conectados… humanos. 


Se deixasse essa emoção falar, o que é que ela diria?

15 de dezembro de 2024
Nesta fase de Natal somos inundados de imagens que apelam à família, à conexão com as pessoas que mais gostamos, ao criar de novas memórias felizes… mas e quando não é assim? E quando o Natal se torna um lembrete do que outrora partilhamos e que agora nos faz tanta falta? Tanta falta que dói. E dói tanto. Quando perdemos alguém importante, há certos datas que se tornam difíceis. Uma delas pode ser o Natal. Claro que recordamos a pessoa ao longo de todo o ano , claro que temos tantas coisas que nos trazem uma saudade imensa. No entanto, nestes dias, pode sentir que se torna tudo mais cinzento. Pode sentir que o dia passa lentamente, moendo por dentro . Muitas vezes, numa tentativa de ajudar, as pessoas à sua volta podem tentar puxar para que faça coisas diferentes, para que se distraia. Se for algo bom, ótimo, mas caso precise do seu espaço, permita-se fazê-lo também. Às vezes, podemos até sentir julgamento pela maneira como nos sentimos, como escolhemos passar o dia... mas é importante que se permita lidar com este dia da forma que lhe fizer mais sentido . Da forma que ajudar mais, dentro do possível, seja estar no seu espaço seguro, seja rodeando-se de pessoas que possam acarinhar a sua dor. Se ajudar, permita-se também homenagear esta pessoa que tanta falta lhe faz. Planeie com antecedência como pode fazê-lo. Se no dia não conseguir seguir o plano, está tudo bem. O luto é feito de ondas de diferentes emoções, num dia pode sentir-se conectado e feliz por tudo o que viveram e noutro dia sentir uma grande revolta por esta perda. Tenha um plano e, se nesse dia fizer sentido, relembre aquela pessoa através de um ritual como ver fotografias, ouvir uma música, ir a um local que tanto gostavam, ir ao cemitério, ver um por do sol... Chore, recorde, sorria, sinta a saudade que lhe aperta o peito. O amor é tanto que não desapareceu nem vai desaparecer por não ter a presença desta pessoa . Mas, embora esta dor não vá embora, pode aprender a conviver com ela. No seu tempo, da sua maneira, encontrará o conforto que precisa. “Sobreviver é uma prova de amor. É confirmar a verdade do vosso amor. É não permitir que a morte acabe com a vossa relação. Sobreviver é um protesto. É afirmar diante da vida e da morte que o vosso amor não acabará.” (Márcia Amorim) Este texto é inspirado no livro “Há vida no luto” de Márcia Amorim.
Por Andreia Milhazes 1 de novembro de 2024
Embora o choro seja muitas vezes algo que tentamos conter – por medo de mostrar fragilidade ao outro, por não querermos sentir a nossa própria dor – a verdade é que as nossas lágrimas têm várias funções importantes . Quando vemos alguém chorar, ativamos empatia e compaixão no outro. Essa é a função social do choro. Funciona como um sinal de que o outro precisa de nós ou de que nós precisamos do outro, do seu apoio, de carinho e conforto. Para além disto, as nossas lágrimas são compostas por hormonas de stress (como a hormona adrenocorticotrópica). Estas hormonas surgem por estarmos a lidar com um momento difícil e precisam de ser libertadas através do choro. As lágrimas são a forma de as expulsar, caso contrário ficam contidas no nosso corpo e tornam-se tóxicas trazendo, por exemplo, tensão muscular e aumento da pressão sanguínea. Assim, chorar funciona quase como um analgésico. Permite-nos libertar a dor que sentimos e ajuda-nos a melhorar o humor. Quando acompanhados, estas lágrimas são também um pedido de ajuda, um ponto de conexão e empatia. Permitir-nos chorar não é fraqueza, é uma parte importante de sentir e de processar o que está a ser difícil. #Chorar #SaúdeEmocional #ExpressãoEmocional #LibertarAsLágrimas #Empatia #ConexãoHumana #FunçãoDoChoro #ProcessarADor #SaúdeMental #CuidarDeSi #BemEstar #Psicologia #OnPsyCare
21 de setembro de 2024
O burnout, ou síndrome de esgotamento profissional, é um problema cada vez mais comum no mundo lprofissional. Caracterizado por uma sensação de exaustão emocional, despersonalização e uma reduzida realização pessoal no trabalho, o burnout afecta milhões de pessoas globalmente, comprometendo o seu bem-estar e a sua produtividade. Neste artigo, exploramos estratégias eficazes para a prevenção do burnout, com o intuito de promover uma vida laboral mais saudável e equilibrada. O que é o Burnout? O burnout é uma resposta prolongada ao stress crónico no local de trabalho. Ao contrário de um cansaço temporário, que pode ser resolvido com descanso, o burnout é o resultado de um desgaste contínuo e excessivo, afectando profundamente a saúde mental, emocional e física da pessoa. Os principais sintomas incluem: - Fadiga extrema e persistente; - Sentimentos de descrença e distanciamento em relação ao trabalho; - Baixa auto-estima e sentimento de ineficácia; - Irritabilidade e dificuldades de concentração. Embora o burnout tenha sido tradicionalmente associado a profissões de alta pressão, como saúde, educação e finanças, qualquer pessoa, em qualquer sector, pode ser afectada, dependendo das condições do seu ambiente laboral. Estratégias de Prevenção do Burnout A prevenção do burnout abrange o cuidado com o corpo, a mente e o ambiente de trabalho. Abaixo, destacamos algumas das principais práticas recomendadas. 1. Promover o Equilíbrio entre Trabalho e Vida Pessoal Um dos factores mais comuns que levam ao burnout é o desequilíbrio entre a vida profissional e pessoal. O uso excessivo de tecnologias digitais, como o e-mail ou as plataformas de comunicação, pode prolongar a jornada de trabalho para além do horário oficial. Estabelecer limites claros e desligar-se das obrigações profissionais fora do expediente é crucial para permitir uma recuperação adequada. Dicas práticas: - Definir horários fixos para o início e o fim da jornada de trabalho; - Evitar responder a e-mails fora do horário de trabalho; - Reservar tempo para actividades de lazer, hobbies e momentos em família. 2. Desenvolver a Inteligência Emocional A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer e gerir as próprias emoções e as dos outros. Colaboradores emocionalmente inteligentes conseguem lidar melhor com o stress e os desafios do dia a dia, o que ajuda a prevenir o burnout. Dicas práticas: - Praticar a autoconsciência, reconhecendo os sinais iniciais de stress; - Desenvolver a empatia, compreendendo as necessidades emocionais dos colegas; - Cultivar a capacidade de regular as emoções, evitando reacções impulsivas a situações stressantes. 3. Implementar Pausas Regulares As pausas regulares ao longo do dia ajudam a reduzir o stress e a manter a produtividade. Pequenos intervalos de 5 a 10 minutos podem ter um impacto significativo na capacidade de concentração e no bem-estar geral. Dicas práticas: - Fazer pequenas pausas a cada 90 minutos de trabalho; - Aproveitar as pausas para realizar uma curta caminhada, alongamentos ou meditação; - Evitar passar as pausas nas redes sociais, optando por actividades que proporcionem um verdadeiro descanso mental. 4. Incentivar uma Cultura de Apoio no Trabalho A cultura organizacional desempenha um papel vital na prevenção do burnout. Ambientes de trabalho que promovem o apoio mútuo, a comunicação aberta e a valorização do colaborador tendem a ter índices mais baixos de burnout. Dicas práticas: - Criar espaços para que os colaboradores partilhem preocupações e desafios; - Promover o trabalho em equipa e o reconhecimento dos esforços dos outros; - Assegurar que os colaboradores têm acesso a recursos de saúde mental, como apoio psicológico ou programas de bem-estar. 5. Praticar o Autocuidado O autocuidado envolve a prática regular de hábitos que promovam o bem-estar físico e mental. Uma alimentação equilibrada, um sono adequado e a prática de exercício físico são fundamentais para manter o corpo e a mente saudáveis. Dicas práticas: - Reservar tempo diário para a prática de exercício físico, mesmo que seja uma caminhada curta; - Manter uma rotina de sono regular e de qualidade; - Adoptar práticas de meditação para reduzir o stress e aumentar a resiliência emocional. A prevenção do burnout exige um compromisso activo por parte da pessoa e das organizações. Ao implementar estratégias de autocuidado, promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e criar ambientes de trabalho mais saudáveis e apoiantes, é possível reduzir significativamente os riscos de burnout. Num mundo onde a pressão laboral continua a aumentar, cuidar da saúde mental deve ser uma prioridade para todos. Se sentir que está a lidar com sinais de burnout, é importante procurar ajuda. Na OnPsyCare, dispomos de uma equipa de profissionais qualificados, prontos para apoiar na gestão do stress e na promoção do bem-estar psicológico.
Por Andreia Milhazes 5 de agosto de 2024
“Quero descansar, mas a culpa não me larga. Sinto sempre que deveria estar a fazer alguma coisa mais produtiva” “Não sei quando terei novamente tempo para descansar, por isso quero aproveitar ao máximo as férias para fazer tudo aquilo que não tenho conseguido fazer” “As férias vão passar a correr e daqui a pouco volta tudo ao mesmo… o cansaço de sempre.” “Costumo ser eu a lidar com certas tarefas. E se não sabem resolver as coisas direito? E se chego e tenho um monte de problemas para resolver?” Ir de férias pode ser ótimo, um momento para relaxar, sair da rotina e aproveitar com as pessoas que mais gostamos. No entanto, pode também trazer stress, ansiedade, culpa e outras emoções difíceis. Numa sociedade tão agitada - onde muitos normalizamos o cansaço e priorizamos a produtividade - pode ser muito difícil parar. Nesta altura do ano é comum explorar-se em consulta como um momento que é suposto ser de relaxamento e de descanso pode tornar-se uma situação difícil. Há vários motivos possíveis, alguns deles: - Sentir culpa por descansar, por não fazer nada de “produtivo”; - Colocar muita pressão para que tudo seja perfeito depois de tanto tempo a idealizar estas férias; - Sentir ansiedade só de imaginar que, entretanto, estará de regresso à rotina de trabalho sem fim; - Medo de como será gerido o trabalho na sua ausência, do que pode ficar pendente e aumentar a carga do que terá de resolver depois. Algo comum a todos estes motivos é que as férias são na verdade uma aparente solução rápida para o cansaço acumulado, mas uma solução temporária. As dificuldades em permitir o descanso e o equilíbrio na vida pessoal e de trabalho já estavam presentes e não vão solucionar-se com esta pequena pausa. Podem atenuar, mas com o tempo, o caos e o cansaço regressarão. Ao explorar isto, normalmente, podemos notar, em outras coisas, sentimentos de culpa, autocrítica intensa, perfecionismo, dificuldade em dizer que não e estabelecer limites, dificuldades em criar uma rotina de autocuidado e de lazer. Identificamos que o descanso não tem sido uma prioridade. É comum que o trabalho invada a vida pessoal da pessoa, trabalhando horas extra constantemente, não tendo intervalos, respondendo a emails a qualquer hora do dia, não tendo tempo para fazer coisas que gosta. O espaço para esta vida pessoal tende a ser dado nos fins de semana e nas férias. Assim, quando chegam estes momentos tão esperados para viver fora do trabalho, surge a ansiedade. Se se identifica com o que foi descrito até agora, é provável que precise de repensar não o momento de férias, mas como tem vivido o dia a dia de trabalho. O que está a precisar de mudar para encontrar o equilíbrio de que precisa? Não espere até ao ponto de cansaço extremo para poder abrandar. Fazer estas mudanças pode ser extremamente difícil. Aprender a colocar limites, a dizer que não, delegar tarefas, reconhecer aquilo que precisa e comunicá-lo. A terapia pode ajudar. #Férias #Relaxamento #BemEstar #Ansiedade #Stress #Equilíbrio #Autocuidado #Produtividade #Culpa #Perfeccionismo #Limites #Trabalho #Lazer #VidaPessoal #Rotina #SaúdeMental #Terapia #Cansaço #Mudança #Autocrítica
Por Pedro Fraústo 20 de maio de 2024
Vários são os motivos que nos podem levar a emigrar: seja porque procuramos novas experiências, porque procuramos melhores oportunidades e condições de vida do que aquelas que encontramos no nosso país ou, entre outros motivos, porque somos forçados a abandoná-lo o por conta da guerra ou de catástrofes naturais. Quando emigramos, podemos sentir dificuldades que não esperávamos. Assim que chegamos a um novo país, deparamo-nos com várias mudanças: a língua que se fala, como funcionam os transportes públicos, os percursos para o trabalho, para o supermercado, para a farmácia e para serviços de Saúde, as leis e as regras fiscais e, entre outras, a forma como as pessoas se relacionam entre si e como vêem e tratam os imigrantes. Ao encontrarmo-nos num país diferente e ao viver todas estas mudanças, especialmente quando não temos familiares ou amigos próximos, podemos: - Sentir-nos isolados, sozinhos e tristes, passando mais tempo do que era costume a pensar nas relações e nas rotinas que deixámos para trás. - Sentir-nos deslocados e pensar que “não encaixamos ali”, principalmente quando não dominamos a língua e não nos estamos a adaptar às rotinas e costumes. - Sentir-nos irritados, connosco mesmos ou com a situação do nosso país, porque algo nos levou a sair da zona de conforto quando não o queríamos assim tanto. - Sentir-nos angustiados e/ou frustrados, porque imaginámos uma situação melhor e, agora, vivemos dificuldades que não esperávamos. - Sentir-nos ansiosos, porque não sabemos bem o que fazer e temos de tomar decisões sobre permanecer no estrangeiro ou, então, voltar para o nosso país. Todos estes sentimentos podem aparecer, de forma mais ou menos intensa, quando nos estamos a adaptar à vida num país estrangeiro. Por vezes, à medida que o tempo passa e vamos conhecendo as pessoas e os lugares, vamos desenvolvendo os recursos necessários para nos adaptarmos… e esses sentimentos acabam por desaparecer. Outras vezes, esses sentimentos perduram ou são muito intensos, impactando o nosso bem-estar e qualidade de vida. Lembre-se, os Psicólogos podem ajudar.
Por Andreia Milhazes 27 de fevereiro de 2024
Tipicamente, quando pensamos em descanso, pensamos num descanso mais físico. Um dia relaxado, dormir até mais tarde, não fazer muita coisa. Embora este seja um tipo de descanso importante, existem outros (igualmente cruciais para o bem-estar).
Por Andreia Milhazes 27 de janeiro de 2024
Embora a preocupação seja importante para o nosso funcionamento, quando esta passa a ocupar grande parte do dia, torna-se uma fonte de sofrimento. Neste caso, é importante aprender a colocar alguns limites à intrusividade desta preocupação.
Por Andreia Milhazes 22 de outubro de 2023
O luto de uma pessoa amada envolve muitas perdas.
Por Andreia Milhazes 30 de setembro de 2023
A preocupação faz parte de nós. Precisamos dela para nos organizarmos e prepararmos para gerir os desafios que surgem. No entanto, muitas vezes, a preocupação ganha demasiado espaço na nossa mente e parece tornar-se incontrolável.
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